Circos Maximus: Hoje tem palhaçada? Tem sim senhor!

O circo é uma das expressões mais antigas e queridas da cultura popular. Mistura de arte, tradição e resistência, ele atravessa gerações levando encanto a praças, vilas e cidades, muitas vezes onde outras formas de cultura não chegam. É no picadeiro — esse pequeno palco redondo — que artistas de origens diversas se revezam para transformar o cotidiano em poesia visual, humor e emoção. Mais do que entretenimento, o circo é um espaço de convivência, memória e pertencimento. E foi com esse espírito que mergulhei no universo fantástico do Circos Maximus.

A noite em que o céu conspirou a favor do espetáculo

Era início da noite no estacionamento do Boulevard Shopping, em Brasília, e o céu oferecia um espetáculo à parte. Tons de laranja e azul pincelavam o horizonte típico do cerrado, enquanto uma brisa suave embalava os visitantes. O clima era adorável, seco na medida certa, e convidava as famílias a desacelerar. Aos poucos, a lona vermelha e dourada do Circos Maximus ganhava protagonismo sob a luz morna dos postes da avenida da W3 norte. Era impossível não sentir que algo especial estava prestes a acontecer. Logo ao cruzar os portões, percebi: aquela não seria apenas uma apresentação circense — seria uma noite para guardar na memória.

Abertura grandiosa - um desfile de sonhos

Logo que tomei meu lugar na arquibancada, a trilha sonora envolvente anunciou o início. Luzes se apagaram. Do alto, o mestre de cerimônias surgiu com um figurino imponente, convidando o público a viajar por um mundo onde a lógica se curva diante da fantasia. O picadeiro, bem ao centro da lona, recebeu os artistas em um desfile coletivo: palhaços, acrobatas, contorcionistas, malabaristas e equilibristas, todos em perfeita sincronia, arrancaram os primeiros aplausos da plateia.

Primeiro ato: de pura emoção

O primeiro ato trouxe o que chamo de aquecimento do coração: os palhaços cativaram com gags simples, mas certeiras, lembrando que o riso mais verdadeiro vem da espontaneidade. Em seguida, um jovem malabarista encantou com sua precisão — sete claves no ar, lançadas com ritmo e elegância. Mas foi o número de trapézio que realmente tirou o fôlego. Três acrobatas se revezavam no ar, desafiando a gravidade e deixando a arquibancada em silêncio absoluto antes de explodir em aplausos.

Segundo ato: Abertura grandiosa - um desfile de sonhos

No segundo ato, o circo elevou o nível do desafio. Um número de equilíbrio sobre facas prendeu minha atenção com tensão e maravilhamento. Em seguida, uma contorcionista realizou movimentos quase irreais, moldando o próprio corpo como se fosse feito de borracha. A essa altura, já não era apenas um espetáculo — era uma demonstração quase mística do potencial humano. O ápice veio com o tecido aéreo: uma dupla flutuava no ar com leveza e força, pintando uma coreografia que beirava o poético.

Terceiro vatos: de pura emoção

O terceiro ato foi pura adrenalina. O “globo da morte” com três motociclistas circulando em velocidade milimétrica fez até os mais céticos prenderem a respiração. Em seguida, uma sequência final com dançarinos em figurinos reluzentes, efeitos pirotécnicos e trilha épica transformou o picadeiro em palco de uma celebração à alegria, à arte e à resistência do circo.

Intervalo saboroso

No meio da apresentação, houve uma parada de 10 minutos. Aproveitei para comprar um lachinho, um pastel frito na hora e um refrigerante. Para acompanhar, uma deliciosa canjica com leite de coco e um toque de laranja. Entre uma garfada e outra, ouvia os comentários animados das crianças e os sorrisos encantados dos adultos. Era uma pausa bem-vinda para saborear o momento em todos os sentidos.

Ato final: O encanto que resiste ao tempo

Ao final, todos os artistas retornaram ao picadeiro para o grand finale. O mestre de cerimônias agradeceu, comovido, lembrando que o circo é uma arte que vive da estrada, do improviso e do calor humano. A salva de palmas foi longa, merecida e cheia de gratidão.

O Circos Maximus me proporcionou mais do que um espetáculo: me reconectou com a essência da imaginação, com o valor da simplicidade bem feita e com a beleza de ver gerações inteiras encantadas sob uma mesma lona. Em tempos digitais, onde tudo é fugaz, sair de casa para viver algo tão atemporal é um presente raro.

Foto de Paulo Augusto

Paulo Augusto

Redator da equipe de redação do Música da Cidade

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